Uma noite para trocar ideias, tirar dúvidas e procurar alternativas para melhorar o serviço de atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica. Este foi o objetivo de uma reunião com a coordenadora nacional do projeto Helpme, Caterinie Rosa. O encontro aconteceu na Câmara Municipal de Vereadores de Nova Petrópolis e foi organizada pela vereadora Kátia Regina Zummach (PSDB). Os vereadores Artur Nienow, Carlos Simon, Daniel Michaelsen, João Paulo de Macedo Viana e Nei Schneider também estiveram presentes. A presidente do Conselho Municipal da Mulher Liriane Kintchner e representantes da OAB do Município também participaram.
A reunião iniciou com a seguinte pergunta: O que se pode fazer em casos de violência contra a mulher? A partir disso, a secretária de saúde e assistência social de Nova Petrópolis, Andréia Frota, citou todos os serviços que Nova Petrópolis oferece. “Políticas públicas já existem, o Município já chegou a receber o selo de Cidade Amiga da Mulher. Temos que fortalecer os serviços existentes para então fortalecer as mulheres que precisam de ajuda.” A secretária também informou que existia um grupo no Município que atuava somente com esta temática, o grupo “Pandorga”, mas que já não existe mais. “Há uma resistência de as mulheres participarem de atividades sobre esse assunto. Por isso, ele é inserido em outras atividades frequentadas por mulheres do Município, de forma que não deixe de ser trabalhado.” A secretária também informou que há um problema nas estatísticas e que nem sempre os ofícios de registro de boletim de ocorrência sobre violência doméstica chegam ao Centro de Referência de Assistência Social (Cras). “Este ano nenhum ofício chegou, então não temos como saber. “Quando eles chegam, esperamos a mulher no Cras no dia seguinte na primeira hora para prestar atendimento. Se ela não vem, vamos ao encontro dela.” Porém, de acordo com dados da Polícia Civil do Município, de janeiro a março deste ano, uma média de 8 a 10 boletins de ocorrência sobre violência contra a mulher foram registrados na cidade.
Helpme
O projeto Helpme atua há aproximadamente um ano em casos de violência contra a mulher, crianças, adolescentes e idosos. De abrangência nacional, cerca de três mil advogados e psicólogos atendem as vítimas de forma voluntária. A coordenadora do coletivo, Caterine Rosa, explicou que assim que as denúncias chegam ao coletivo, o trabalho de acolhimento e orientação à vítima é feito. “Elas entram em contato pelas redes sociais, e- mail e telefone. Assim que ligam, acionamos os profissionais que estão mais próximos dela para orientarem sobre registros de boletim de ocorrência e apoio psicológico.” Caterine disse que o principal problema é quando a violência acontece em finais de semana ou feriados, quando as delegacias estão fechadas. “Muitas vezes a vítima precisa esperar até a segunda-feira para fazer o registro. Enquanto isso, o agressor ainda pode fazer alguma coisa contra ela.” A coordenadora enfatizou que toda a sociedade precisa estar mobilizada, que a normalização da violência doméstica precisa acabar e também trouxe um dado: 95% dos casos de abuso sexual ocorrem dentro do âmbito familiar. “A educação sexual precisa acontecer nas escolas. Os professores precisam estar preparados para lidar com o assunto, pois muitas vezes os alunos trazem situações que acontecem dentro de casa para a escola.” Por fim, questionada sobre como o projeto se mantém, Caterine respondeu: “Fazemos por dedicação, empatia e amor. Fazemos isso porque algo precisa ser feito.”
Por fim, os números de telefone para quem quiser se informar ou denunciar agressões foram colocados à disposição: (51) 98036-0499 ou (51) 989281331.
Fonte: Câmara de Vereadores de Nova Petrópolis