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NOTÍCIAS

24/02/2022

Representantes da CORSAN prestam esclarecimentos sobre tratamento e abastecimento da água em Nova Petrópolis

Gerente local e engenheira química estiveram presentes na Câmara Municipal de Vereadores

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Na terça-feira, 22 de fevereiro, o gerente local da CORSAN, Sadi Zimmermann, e a responsável técnica pelo tratamento da água, Daiane da Silva Moreira, estiveram presentes na sessão ordinária para prestar esclarecimentos sobre o abastecimento de água em Nova Petrópolis. Na oportunidade, os vereadores e a comunidade puderam tirar suas dúvidas sobre o tratamento e o abastecimento da rede de água do município.

COLORAÇÃO E TRATAMENTO DA ÁGUA

Daiane, que é formada em Engenharia Química e cursa pós-graduação em Engenharia do Saneamento, explicou porque a coloração da água estava amarela/marrom nos últimos dias no município e destacou a importância de acionar a CORSAN nestes momentos.

“A nossa equipe tem todo o controle em todas as etapas do tratamento da água. A água, naturalmente, apresenta manganês, ferro e magnésio, entre outros minerais. Mas, os mais comuns, que acabam conferindo cor à água, são o manganês e o ferro. Na estação de tratamento nós controlamos e atendemos todos os parâmetros exigidos pelo Ministério da Saúde. Essas substâncias são naturais da água e não fazem mal para ninguém. Inclusive, é bom que tomemos água com sais minerais porque é essencial para várias atividades biológicas do nosso organismo. Porém, esses sais minerais se acumulam na tubulação, o que é um fenômeno natural que acontece em todas as estações de tratamento de água. Quando o manganês se acumula na tubulação, agregando-se as paredes dos canos, e a rede seca, esse fenômeno natural acontece, e quando a água volta, ela volta com cor. Essa oscilação de pressão e velocidade faz com que o manganês se desprenda das paredes da tubulação, conferindo cor à água. Nós também não gostamos quando isso acontece, eu sei que é ruim receber uma água preta. Não existe um sistema que vai remover 100% desses sais minerais, até porque é benéfico para o ser humano consumir esses sais até um certo limite. A água chega na CORSAN e nós a tratamos, e levamos muito a sério o nosso trabalho. Não vai sair água da estação com turbidez fora do limite. Eu prefiro que a comunidade abra a torneira e tenha segurança na água que está tomando, pois desconfiar do nosso trabalho é muito sério. Eu sou responsável pela água que uma cidade inteira está tomando, e não somente em Nova Petrópolis. O nosso objetivo principal é entregar uma água com qualidade. O que pedimos para a comunidade é que acione a CORSAN quando esses fenômenos acontecem, para que possamos estudar e prevenir essa situação, conseguindo mapear os locais que apresentam esses problemas. Quando é protocolado um pedido de reclamação nos canais oficiais da CORSAN, essa reclamação chega para mim também. Quando essa reclamação ocorre, uma ordem é disparada para o Sadi e ele convoca uma equipe para limpar a rede. Uma equipe da estação também coleta essa água e verifica as condições de qualidade e, somente depois, libera para o consumo. Nós trabalhamos muito para entregar uma água de qualidade para os munícipes, existem operadores que analisam a água 24 horas. Nós entendemos e respeitamos as reclamações da comunidade, pois a população é consumidora e deve nos reportar quando há algum problema. Eu quero que a comunidade reclame quando há algo de errado, mas essa reclamação precisa ser feita nos canais oficiais da CORSAN. Nós vemos muita reclamação nas redes sociais, mas precisamos que essa reclamação seja registrada em um canal oficial. A comunidade precisa confiar no trabalho da CORSAN, assim como nós precisamos do apoio da comunidade”, ressalta Daiane.

O vereador Tarcísio Brescovit (Patriota) levou para a sessão ordinária uma garrafinha com água marrom/preta dentro. Ele pediu para que uma amostra dessa água fosse analisada pela CORSAN. Além disso, o edil afirmou que a comunicação entre a CORSAN e a comunidade precisa ser mais transparente e que a população usa as redes sociais para reclamar e comunicar os vereadores sobre os problemas que ocorrem na cidade.

O vereador Josué Dreschler (MDB) perguntou para Daiane se a qualidade do cano pode influenciar na acumulação das partículas de magnésio na tubulação. A engenheira química explicou que apenas a oscilação da pressão e da velocidade pode interferir na coloração da água, e que a limpeza não pode ser realizada em todos os locais da cidade ao mesmo tempo.

“As tubulações mais antigas, geralmente, não costumam apresentar problemas. Essa acumulação de magnésio na tubulação é simples de resolver. Uma equipe da CORSAN abre a rede e limpa ela, demorando bastante tempo para esse problema ocorrer novamente. Além disso, indo no local, analisando a água e fazendo a limpeza, nós conseguimos identificar o problema da rede. Nós não temos como fazer expurgo na cidade toda ao mesmo tempo. Nós limpamos as redes conforme vamos identificando os pontos que apresentam problemas, por isso é muito importante mapear esses locais. É preciso de paciência. Nos comunicar é muito importante para que possamos mapear esses pontos”, disse Daiane.

Já a dúvida do vereador Egon Ackermann (Republicanos) foi sobre a quantidade de cloro administrado na água e qual o material que a CORSAN utiliza como coagulante. Respondendo a pergunta, Daiane afirmou que a CORSAN usa o sulfato de alumínio como coagulante, a 10%, pois a qualidade da água na cidade é muito boa, por isso a substância não é utilizada de forma concentrada.

“Nós trabalhamos com miligramas por litro (Mg/L), o mínimo de cloro é 0,9 Mg/L na saída da estação e nós trabalhamos com um pouquinho mais. E, na rede, temos que considerar o cloro acima de 0,2 Mg/L até, no máximo, 5 Mg/L. É essa faixa que a legislação e o Ministério da Saúde estabelece. Nós coletamos água na rede de distribuição para verificar o percentual do cloro e na estação de tratamento coletamos de hora em hora para conferir todas as dosagens”, destaca a engenheira química.

Uma das perguntas da comunidade para Daiane foi sobre como a água estava sendo tratada quando era trazida pelos caminhões-pipa.

“Nós estávamos trazendo água com caminhões-pipa para manter o abastecimento de água na cidade, evitando o racionamento. Como o nível da barragem estava baixo, colocamos para operar dois poços que temos em São José do Caí. Porém, na saída desses poços, não existe uma rede para trazer a água já tratada até os outros locais da cidade. Então, contratamos caminhões-pipa para trazer a água até a estação de tratamento, fazendo assim o tratamento na estação mesmo, para, depois, distribuir à população. Agimos preventivamente para não faltar água na cidade em função dessa estiagem que vivemos. A partir do momento em que o nível da barragem foi aumentando, suspendemos os caminhões-pipa. Se a situação ficar crítica novamente, vamos voltar com os caminhões-pipa. E a população pode perceber uma diferença, porque a água do poço vai se misturar com a água da estação, e nós vamos tratá-la para a distribuição, nenhuma água vai ser distribuída sem tratamento”, salienta Daiane.

CANAIS DE COMUNICAÇÃO E INVESTIMENTOS

Uma das reclamações da comunidade de Nova Petrópolis é a dificuldade de atendimento pelo canal de telefonia 0800. Sadi, que trabalha na CORSAN desde 1984 e atua na estação de tratamento de água do município desde 2008, destacou outras formas de entrar em contato com a empresa.

“Além do 0800, temos outros canais, como o aplicativo da CORSAN, onde é possível entrar em contato com a CORSAN rapidamente e informar problemas e, também, temos o atendimento presencial no escritório da CORSAN, que atende das 8h30min às 12h e das 13h às 16h30min. O escritório está localizado na Av. Padre Affonso Theobald, nº 1146”, disse o gerente.

O presidente da Casa Legislativa, Alexandre da Silva (PSB), perguntou ao Sadi sobre a interligação de energia elétrica no poço que está localizado na Rua São José do Caí, logo atrás do Bairro Juriti, e sobre a limpeza da barragem Santa Isabel.

“Na quinta-feira, 17 de fevereiro, a RGE fez a interligação de energia no poço. O processo ainda não está finalizado porque ainda é preciso fazer algumas melhorias. O que foi feito foi uma interligação da alta-tensão e ainda é preciso fazer alguns ajustes e, depois, fazer uma solicitação para a RGE fazer uma inspeção. No momento em que essa inspeção for realizada, vamos fazer um protocolo para o funcionamento do poço. Além disso, precisamos verificar toda nossa questão operacional porque temos tudo na teoria, ainda não estamos operando na prática. Ainda não conseguimos testar nada até agora, então, no momento em que tivermos energia e os ajustes forem feitos, vamos testar a operação na rede. Acredito que daqui uns 15 dias estaremos com isso concluído porque 97% do processo já foi realizado. Também já chegaram alguns equipamentos para o tratamento, pois essa água vai ser tratada diretamente no poço. Sobre a limpeza da barragem, conseguimos tirar, aproximadamente, 4.000m³ de material, o que dá em torno de uns 300 caminhões. Paramos a limpeza porque choveu e a represa encheu novamente. Agora que já faz uns dias que parou de chover, a represa está com 75% de capacidade de reservação. Conversei com o engenheiro responsável pela empreiteira que está fazendo a limpeza e, segundo ele, se não chover durante essa semana, na semana seguinte vamos reiniciar esse trabalho. Até o momento, gastamos R$ 100 mil com esse trabalho”, respondeu Sadi.

O vereador Josué Dreschler indagou o gerente local sobre a realidade do projeto de construção da rede de água em São José do Caí.

“Este é um projeto mais complexo que está em fase de elaboração. Da localidade de São José do Caí até a zona urbana de Nova Petrópolis são 500 metros de desnível. Para trazer água de São José até a zona urbana, vão ser necessárias mais três subestações. Então, o projeto ainda está na fase burocrática e de estudo. Esse projeto é o futuro, pois a perspectiva é muito boa. Esses dois poços localizados na São José do Caí tem a capacidade de gerar 100.000 litros de água por hora. E o outro que queremos implantar vai gerar 60.000 litros por hora. Isso para a CORSAN representa 30% de incremento na produção da água. Nossa estação trata 50 litros de água por segundo e, com o poço, vai dar mais 17 litros por segundo, totalizando 67 litros de água por segundo. Vai gerar uma tranquilidade para a equipe da CORSAN, porque nós sabemos que a cidade cresce. Com esses poços, vamos ter uma solução definitiva por muitos anos”, afirma Sadi.

O gerente local da CORSAN também falou sobre a qualidade da tubulação da rede de água e justificou a falta de água no município.

“Hoje, temos, em torno, 130 quilômetros de rede de água em Nova Petrópolis, e 95% dela é feita de cano PVC. São redes muito boas e que não costumam dar problemas. Quando faltou água, tivemos um problema no registro do filtro, que quebrou, isso na estação de tratamento mesmo. Esse problema demorou para ser resolvido. Além disso, ficamos sem energia elétrica na São Jacó. Nosso sistema está no limite, então, se parar de funcionar por uma ou duas horas, já começa a faltar água. E quando há vazamento de água e entra sujeira nos canos, nós limpamos a rede”, concluiu Sadi.

 

CRÉDITO DAS FOTOS: Jordana Kiekow | Comunicação CVNP

Fonte: Câmara de Vereadores de Nova Petrópolis